terça-feira, 3 de junho de 2008

Floripa, São Paulo, EUA, Europa e Rio de Janeiro. O mundo ao alcance dos cliques

Bruno Borges tem 25 anos, é natural de Florianópolis, na Capital nasceu e foi criado. Bruno se intitula um profissional conhecedor do mundo, das Ciências e das Pessoas, como, porém para viver nesse mundo capitalista precisa de uma ocupação remunerada, em horário comercial, "minha co-profissão é ser consultor tecnológico", afirma ele.

Bruno saiu de Floripa há 2 anos, desde então morou em São Paulo. Numa oportunidade profissional conheceu os EUA e numa busca por conhecimento, aventura e novidade foi para Europa sempre registrando os lugares por onde passou. Bruno tem o espírito mochileiro do Fotografe Floripa, sempre em busca de novas imagens. A entrevista com esse viajante encerra a Expedição que o blog está fazendo desde a semana passada, e quem sabe um dia ganha o mundo, na companhia do Bruno...


Fotografe Floripa: Desde quando está morando fora de Floripa? E por que saiu da Ilha?

Bruno Borges:
Deixei Floripa em Abril de 2006 quando recebi uma oportunidade de trabalho em São Paulo. Na época buscava experiência, já que não concluí a faculdade. Na verdade, nem comecei direito. Queria conhecer outra cidade, de preferência uma grande metrópole. Vi então ali uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional. Queria viajar muito e a minha profissão, quando dentro de um determinado tipo de empresa, poderia me oferecer isso. Desde que deixei a Ilha, viajei muitas vezes de volta, e notei que o bacana de Floripa, é vê-la do ponto de vista de um turista. Ao deixar de morar lá, quando visitava a cidade aproveitava ao máximo o tempo. Ia para praia com tempo nublado, não me importava com trânsito (ainda mais por morar em Sampa), nem mesmo com alguns péssimos atendimentos no comércio. Enfim, Floripa se tornou minha segunda casa, a de veraneio, onde simplesmente deixo o trabalho para trás, as preocupações e curto ao máximo o tempo, quando estou lá com a família e os amigos.

Avenida Paulista, São Paulo

FF:O que mais sente falta da cidade?

BB:
É difícil encontrar um objeto, lugar ou lazer de Floripa do qual sentir falta. Sinto falta mesmo é dos amigos e da família. Não importa se vou pegar onda ou tomar cerveja com eles. O segundo, eu poderia muito bem fazer em outra cidade, e o que importa é isso: estar com eles.
Durante a semana não havia problemas. Sempre rolava um happy hour com o pessoal do trabalho ou amigos. Mas nos finais de semana em São Paulo, sentia falta do litoral e Floripa tem um dos mais belos litorais. Quando com tempo bom, ia ao Parque do Ibirapuera para correr ou jogar basquete. Mas faltava a maresia. Não preciso ser surfista para me impressionar com a natureza.

Entardecer em Santo Antônio de Lisboa, Floripa

FF: O que pode destacar de São Paulo para quem gosta de foto?

BB:
O Centro de São Paulo é sem dúvida alguma o objeto de desejo de muitos fotógrafos. Depois que reví minhas fotos da viagem, notei que as que mais gostei foram das que continham pessoas. Gostei do movimento, do momento, do contexto e das expressões faciais. Fotos de monumentos são legais, mas melhor ainda se na frente estiver um músico recebendo uma gorjeta de uma senhora. Vale a pena visitar a Rua 25 de Março, o Mercado Municipal, o calçadão da região da Bovespa, Praça da República, Anhangabaú e o jardim do Museu do Ipiranga. Uma coisa bacana também é fotografar o Metrô de São Paulo. A quantidade de gente e coisas acontecendo ao mesmo tempo é absurda. Vá até a Estação da Sé em horário de pico e tente enquadrar 1 pessoa só, sem mais ninguém. Missão Impossível!! Só mesmo com cordão de isolamento da Polícia Militar.
Um evento muito bom para fotografar também é o Ano Novo Chinês, comemorado no Bairro da Liberdade. A variedade étnica, apesar de ser um bairro oriental com a sua grande maioria sendo chineses e japoneses, ainda assim surpreende. Tem estrangeiro que vai à São Paulo somente para este evento.
Se a idéia é fotografar natureza, vá ao Parque do Ibirapuera ou então fuja da metrópole e vá ao Vale do Paraíba, que fica no interior.

FF: Da sua viagem pela Europa tem como destacar algum país ou cidade em especial que mais o encantou, de onde tirou mais fotos?

BB:
Tive a oportunidade de ir aos Estados Unidos por um mês, a trabalho, em Novembro de 2005. Foi minha primeira viagem ao exterior. Em Dezembro de 2007 fui para a Europa por conta própria, como Mochileiro, com alguns amigos. O que posso dizer? Não vá para os EUA antes de ir à Europa!!! Simplesmente não vale a pena. Nova York tem seu charme, sem dúvida, mas é a Europa que encanta de verdade.
Pude conhecer 4 países: Itália, Tunísia (na África), Espanha e França. E de todos eles, o que mais me impressionou mesmo foi a Tunísia. Fiquei pouco tempo, poucas fotos, mas me surpreendi demais com o ar europeu da capital Tunis, logo num país muçulmano. A Medina é incrível. Muitas lojas, correria de pessoas, árabes e estrangeiros para todos os lados, tapetes perças e chichás de todos os tipos, tamanhos, formas e cores. Uma viagem que com certeza um dia irei repetir e ficar mais do que 2 dias. Só de lembrar que cheguei de barco no país e pude ver o Sol nascer no horizonte, com o planeta Vênus e a Lua sumindo ao clarear do dia, que lembra exatamente a bandeira da Tunísia, fico com o dedo engatilhado para uma nova passagem aérea.
Porém, foi na Itália que mais da metade das minhas fotos foram tiradas. Passei por Roma, Florença, Pisa e Lucca. Depois fui à Sicília visitar Palermo, a capital da Máfia Italiana e algumas cidadelas próximas. O povo italiano é caloroso, encantador, simpático e hospitaleiro. Em 1 semana aprendi italiano o suficiente até para chamar um táxi pelo celular para buscar a mim e a meus amigos num museu. Sem dúvida alguma, um país tão histórico como a Itália proporcionará milhares de fotos! Minhas melhores estão lá.

Uma loja no mercado na Tunísia

FF:
E no Rio, qual lugar não deixar de conhecer?

BB:
Desembarquei no Rio de Janeiro em Maio deste ano, quase que de pára-quedas. Ainda em São Paulo, trabalhava para uma firma que possui um cliente aqui no Rio. Saí da firma, e este cliente após algumas semanas, quando eu já havia começado em outro emprego, me ligou e me ofereceu a oportunidade de morar no Rio e trabalhar direto com eles. Não poderia ter sido melhor. Uma semana depois já estava na Cidade Maravilhosa que tanto freqüêntei mas que nunca imaginava morar. O engraçado é que na minha última viagem ao Rio a trabalho, decidi fazer o Tour Carioca e lancei minha máquina fotográfica para todos os pontos turísticos.
O que aprendi? Que nunca, jamais! devemos deixar de conhecer os clichês do Rio de Janeiro quando há a oportunidade. Eles não são clássicos à toa! Vá no Cristo, Pão de Açúcar, Copacabana e Ipanema, Jardim Botânico, faça um hiking à Pedra da Gávea, veja o mar da ponta do Arpoador, admire os Arcos da Lapa e grite com a torcida no Maracanã. Faça tudo o que está nos guias turísticos. Inclusive, venha perto do carnaval para desfilar em alguma escola ou se preferir, assista da arquibancada a Sapucaí balançando de alegria.
Mas quando terminar, não vá embora tão cedo. Pegue o Bondinho da Lapa e vá almoçar em Santa Tereza. Conheça a Rua do Lavradio nos primeiros sábados de cada mês, com a sua feira cultural, samba e feijoada ao meio dia. Compre tickets e assista a uma peça no Teatro Municipal e veja a beleza que é lá dentro. Conheça bairros como o da Laranjeiras, Botafogo e Flamengo. Faça compras no comércio da Tijuca, ou mesmo no Centro, pela Rua Uruguaiana e da Carioca. Por falar em carioca, encontre os tipos mais sinistros no Largo da Carioca, no centro da cidade. Aparece de tudo por alí.

Vista do Pão de Açucar, Rio de Janeiro

Seja o povo, a história, o presente ou a natureza, o Rio tem seu charme e cartão de memória (para não falar rolo de filme) nenhum ficará sem fotos. Depois que acabar, vá até a Barra da Tijuca. Ainda é bairro, mas é tão independente que parece uma outra cidade. Por fim, não tenha medo e experimente uma visita na Favela da Rocinha, a mais badalada, pacífica e frequentada por turistas, do Rio. Muitos preferem até de chamá-la de Comunidade da Rocinha.
Não sei quando voltarei, ou se voltarei um dia para Floripa, mas de uma coisa tenho certeza: quando saí de lá, disse que ficaria somente 2 anos em Sampa, e foi o que aconteceu. Hoje, digo que ficarei somente 2 anos no Rio... Tomara que eu esteja certo... ou não! Independente disso, estou novamente perto do litoral e posso sentir a maresia.


Com certeza as experiências vividas pelo Bruno em suas viagens renderiam um livro. É coisa pra sentar e conversar durante horas.

Não deixe de ver mais fotos no álbum que ele dedicou à entrevista

Visite o Blog do Bruno Borges e acompanhe mais dessa vida cheia de acontecimentos!

4 comentários:

Cláudia A. Al-Nahar disse...

Acho que vou largar mão do jornalismo e virar consultora tecnológica o_o

Renata Cavalheiro disse...

Adorei a tua série, memso porque como já sabes também adoro fotografia!
e obrigada pelo comentário no meu blog, escutar um elogio de você é um privilégio sabia?
também estas de parabéns!!
beijos

Claudia Roennau disse...

POiseh... eu nao poderia deixar de passar por aqui mais uma vez... ainda mais agora q se trata do meu namorado... eu sei q mesmo nao estando presente nessas viagens eu ajudei e muito pra q tudo isso acontecesse da melhor maneira possivel... tenho um orgulho incrivel e morro de saudades eh claro... e pra q essa saudades diminua dessa vez quem vai partir de floripa sou eu... e eh pra bem pertinho dele e pra poder usufruir dessas oportunidades q minha proxima parada eh o Rio de Janeiro...

a reportagem ficou otima... parabens pra vc q tomou essa iniciativa...

beijossss e sucesso sempre

Isabel Humenhuk. disse...

Tá, vou fazer um comentário patético, mas é que tem alguma coisa tão divertida em FF entrevistar BB.

E gostei tanto da foto do entardecer!
Ótima entrevista :)